E eu não tenho ninguém pra ligar na madrugada, dizer que ta doendo pra caralho, vem me ver. Ninguém pra atravessar a cidade por mim.

Não é o sentimento que se esgota, somos nós que ficamos esgotados de sofrer, ou esgotados de esperar, ou esgotados da mesmice.
A felicidade odeia ser perseguida. É amiga da casualidade.
Eu não sei se eu era feliz. Mas ao menos havia uma sensação de segurança. Já nessa nova etapa, é só você aparecer para eu ter certeza imperial de querer passar o resto dos meus dias ao seu lado (minha sorte é que, quando você desaparece, a mesma certeza se dissipa). Mas isso é porque, dá pra ver, quem está no controle é você. Se eu pudesse comandar, saber quando a gente vai se ver, quando a gente vai dormir junto ou se falar através de torpedos de celular, bem, gostar de você não seria tão ruim.
Se eu te mostrasse todo esse interior bagunçado e mal feito… Você ficaria?
E tomara que um dia ele chegue na rodinha de amigos e diga: “Ela é dramática, esquisita e arrogante. Mas porra, como eu a amo!
Viver é isso..já chegar pra curtir, fazer pose e sorrir pra vida...
Hoje eu tive uma conversa diferente. Uma conversa que me aliviou um tanto. Disse coisas que não diria a qualquer um, nem a qualquer hora. Disse o que há muito estava em meu coração, em meu âmago. Ele ouviu como poucos ouviriam e entendeu, como poucos entenderiam. Foi ali que eu confirmei o que já sabia : era ele. Porque ele soube me ouvir. Deixou que desabafasse sem julgar como tantos já fizeram sem nem mesmo conhecer o que se passou. Ele me doou seus ouvidos.E era só disso que eu precisava. Só disso. Só dele. Ninguém e nada mais.
Essa demora faz parte do processo, faz do amor que vier valer a pena e implodir a solidão. Veja por este ângulo: a espera se justifica por você ser tão especialzinha e única, feito uma flor bonita em encostas arenosas. Confia em mim, ele vai te encontrar. Mas siga sua intuição, não perca tempo e beleza com rapazes feitos para outras garotas. Só pelo andar da carruagem você já sabe quem vem dentro.

Do Caio...

A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas? Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar....
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não.”

Quando eu estiver parecendo não me importar, perceba que estou me acostumando. Vivo sem muitas coisas, convivo com muitas faltas e despedidas. Resultado: estou me acostumando. Mas você não pode chegar, arrombar a porta, estufar o peito e dizer com a voz amarga de alguém injustiçado que eu esqueci. Você não pode me apontar dedo algum, pois eu já senti tapas demais das mesmas mãos. Não invada a minha vida quando eu estiver já na etapa de conformismo da sua ausência e sumiço. Enquanto for andar no mundo afora, leve algumas música que ouço, uns livros que leio, uma ou outra receita de um doce que eu goste. Guarde consigo as minhas manias e me deixe ser um belo porta-retrato na sua sala. Mas não brinque de balanço ou ioiô, não brinque de testar a minha mágoa. Me leve, mas não me traga de volta. Não traga você também. Eu estou me acostumando.
- Porque não ligou? Eu não merecia mais explicações além daquela carta? Não podia ter me ligado? Não podia ter me dado uma chance de te fazer mudar de idéia? 
- Não podia.
- Não podia? Foi isso que você pensou naquela hora, que você não podia me ligar? Por quê?
- Porque eu não pude.
- Me da uma resposta. Porque não me ligou?
- Porque só em ouvir a sua voz eu teria mudado de idéia.
Como eu me sinto quando estou apertada pra fazer xixi e finalmente chego em casa...



Não espere muito de mim, às vezes eu sou egoísta, às vezes eu sou imprevisível.

Será???

Acho tão bonito casais que duram. Não importa o tempo, o que vale é a intensidade. Querer estar junto vale muito mais do que estar junto há 20 e tantos anos só por comodidade. Sei que estou falando obviedades, mas hoje vi um casal de velhinhos na rua. Acho que o amor, quando é amor, tem lá suas dores bonitas. A gente vê uma cena e o coração fica emocionado. Nos dias de hoje, com tanta tecnologia, com tanta correria, com tanta falta de tempo, com tanto olho no próprio umbigo e nos próprios problemas, com tanta disputa pelo poder, pelo dinheiro, por ter mais e mais, sei lá, acho bonito ver um casal de velhinhos na rua. A mão, enrugadinha, segura a outra mão. A outra mão, por sua vez, segura uma bengala. Falta equilíbrio, sobra experiência. Falta a juventude, sobra história para contar. Falta uma pele lisa, sobram marcas de expressão que contam segredos. Envelhecer não é feio. Em tempos de botox, a gente devia olhar um pouco para dentro. De si. Do outro. Do amor.

Mais amor ao falar. Mais paciência ao ouvir. Mais cautela ao lidar. Mais roupa bonita no closet. Mais amigos de verdade. Mais sorrisos de verdade. Mais amores de verdade. Mais verdade. E só.
Sentir falta é diferente de sentir saudade. A saudade bate, agonia, estremece. A falta congela, chora, entristece. A saudade é a certeza que a pessoa vai voltar. A falta, é o querer ter de volta, mas saber que não vai ter.