Em algum momento vocês vão se encontrar. Seja no meio de qualquer canto da cidade ou curtindo um mesmo status no Facebook. Não importa quem terminou ou porque terminaram. O fato, é que aquela pessoa que participava da sua vida na mesma frequência que você calçava chinelos, não existe mais no seu dia-a-dia e anda solta por aí. De amigo íntimo de todas as suas cores de calcinha, de repente, aquele cara se transformou num estranho fora do ninho. E o pior: ele já está construindo um ninho novo, que pode estar em qualquer canto do planeta terra. Existe a possibilidade dele surgir no meio da rua trocando de calçada ou esbarrando em você no corredor do shopping. Encare: enquanto não diminuem os preços de passagens para marte, é inevitável, você e seu ex podem se ver qualquer dia desses.
O que esqueceram de te contar é que o mais difícil não é o o término, é o pós termino. O mais difícil não é aquele primeiro momento que você fica sem. É ver algo que te pertenceu, dias, meses ou até anos depois, andando por aí, como se o passado não existisse, como se ele não soubesse mínimos detalhes bobos sobre a sua personalidade. Como por exemplo, que você odeia catupiry. A gente não sabe se um estranho gosta de coxinha com ou sem catupiry. Mas se ele tem uma memória boa, ele sabe isso de você. Então é mais ou menos isso: você virou uma estranha muito conhecida. E ele também.
Você vai ter que cumprimentar, sorrir, dar dois beijinhos (evitem isso, vai que acontece um lapso de “onde eu beijo mesmo?”), dizer que está ótima – mesmo que não esteja – e em caos extremos, caso der de cara com figura na farmácia, se esconder atrás da prateleira de absorventes. O reencontro, que você imaginou por meses como seria, provavelmente sairá de uma forma totalmente diferente. É que momentos constrangedores, estranhos e que nos fazem agir como robôs, nunca saem como o planejado. Namorado é passageiro, ex é para sempre. Então, por via das dúvidas, não me esqueço de sair de casa com um pouco de blush. Vai que, né?
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