Mergulhei em sua pele como um patinho afoito, ingênuo e alegre molha o bico no laguinho do parque, num dia quente. Tirei minhas provas quanto a todos os seus sabores masculinos. E como era de se esperar, gostei. O resto foi leve, ternurento, divertido e caloroso. Sei lá, acho que Bob Dylan pode explicar melhor o clima, naquela 'Just Like A Woman'.
Numa sobre amor, eu que não sou dessas coisas, enrosquei meu dedo mindinho no dele e acho que ele entendeu, porque momentos depois veio pra cima e me beijou sem se explicar. É tão mais divertido quando estamos com a pessoa certa, porque você pode levar e deixar-se levar, e aí você se sente bem e acaba mostrando um pouco de quem você é de verdade.
A gente ignora uma coisinha ali, finge que não vê aqui, deixa aquilo pra lá. Vai deixando. Vai empurrando. Chega uma hora que o amontoado é tão grande, que desaba sobre a gente. É nessa hora que a gente mais sente. Que a gente mais chora. Porque tudo o que foi passando como coisa boba, como um “não é nada” se transforma em tudo. Geralmente é à noite que o amontoado cai. Bem na hora que a gente deita a cabeça no travesseiro e tenta dormir. Dormir? Que nada! Quem disse que o amontoado deixa? Lá vem ele, caindo, cobrindo, atiçando. E como atiça. Lembra daquilo que você deixou passar? Daquela palavra boba que te disseram? Lembra disso, daquilo? E o pior é que a gente lembra. A gente tenta ignorar, mas lembra. E por lembrar, é que a gente sente tanto. Se acaba tanto. Acaba se entregando ao amontoado, até que o dia clareie, a gente precise se livrar dele, pra partir pra outra luta. Pra juntar mais um amontoado de coisas pra lembrar - e desmoronar - depois.
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