Como vão vocês? Eu espero que bem. Venho através desta, dizer que não é nada pessoal, mas vou me afastar de vocês. Eu sei, vocês são maravilhosas, a maioria de vocês e sei também que lhesdou muito mais valor agora do que quando não eram somente lembranças.
Eu não estou com raiva de vocês e não me arrependo nem por um minuto de existirem, só que agora eu estou um pouco cansada. Bom, é isso, vou ser indelicada, estou cansada de vocês virem na minha cabeça a cada segundo, não tenho nem mais lagrimas para acompanhar esse fluxo abusivo.
Se vocês fossem mais discretas ou menos dolorosas, pode ser que eu até gostaria de uma visita ou outra, mas acontece que já chegam arrombando a porta, sentando no sofá e querendo que eu disseque cada pedacinho, assim não dá.
Não se preocupem, não vou substituí-las, não tenho animo, cabeça e nem coração para isso.E isso me lembra outra coisa, como vocês grudam em certas palavras, situações ou objetos? Como só de fazer alguma brincadeira, olhar para alguma coisa ou sair em alguma rua, vocês vêm, parecendo recém saídas desses lugares? Isso é abusivo da parte de vocês, é feio!
Tudo bem, vou ser hipócrita, eu admito que talvez tenha raiva de vocês, não de terem nascido, mas de não terem uma continuidade ou pelo menos não a continuidade que eu gostaria agora. E não quero resposta dessa carta, não quero vocês por perto agora, entendem?
Pode ser que um dia, eu chame vocês de volta, passaremos um tempo juntas, quem sabe nem será doloroso? Mas hoje e por um bom tempo eu espero que vocês me respeitem e mantenham distância. Tomara que fiquem bem, e que não sejam alimentadas nem por mim e nem por ninguém, sei que talvez, e tomara que não seja otimismo demais, vocês não causam dor só em mim.
Atenciosamente,
Cabeça cansada, coração partido e orgulho ferido.