- Tô começando a pensar que não vou encontrar meu amor.
- Vai sim. Claro que vai.
- Como você sabe?
- Só sei.
- Às vezes parece que esqueceram da gente.
- Quem?
- Sei lá. Quem organiza os pares desse troço de amor.
- Não diga isso. Estamos apenas no início da nossa vida ainda.
- Cara, já estamos quase com trinta!
- Quase não é trinta. E fala por você, eu vou encontrar o meu. Se eu morrer com 85 anos, por exemplo, ainda me restam uns 40 anos pra encontrá-lo e viver feliz por uns 10 anos. Já terá valido a pena. A gente tem mania de querer tudo pra ontem. Primeiro andar, buscar um caminho, depois achar alguém.
- Pois é, mas como isso vai acontecer? Quando?
- Não importa o dia ou como vai acontecer, se será no meio da rua, se algum amigo vai nos apresentar, ou talvez num museu. Eu só sei que um dia estaremos viajando até a praia em um feriadão qualquer. Eu com minha namorada e você com o seu namorado.
- Meu coração já está criando rugas de tanto procurar.
- Amor a gente não procura. É assim: você deixa a porta meio aberta, se distrai plantando girassóis e ele entra. Ele adora contrariar.
- Amor a gente não procura. É assim: você deixa a porta meio aberta, se distrai plantando girassóis e ele entra. Ele adora contrariar.
- Hum… Sei não. Qual seu primeiro encontro ideal?
- Uma trombada sem querer numa esquina do acaso, onde tenha um café. E a sua?
- Sei lá. Eu acho que um cara sensacional, lindo e inteligente vai me olhar, me dar um sorriso e eu vou me apaixonar de primeira, sabe? Tipo à primeira vista. Vamos conversar e teremos tudo a ver. O gosto por Marvin Gaye, gosto por viajar, o jeito tranquilo de ver a vida.
- E existe alguém capaz de ser isto que você quer?
- Não sei. Boa pergunta.
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